18 de agosto de 2018

Mapeamento genético pode prevenir extinção de coalas

  O primeiro mapeamento genético completo de coalas revelou novas informações valiosas sobre o marsupial, mundialmente famoso. Os cientistas afirmam que a descoberta ajudará a prevenir a possível extinção do animal.
  Usando um supercomputador da Universidade de New South Wales, em Sidney, Austrália, 54 cientistas de todo o mundo sequenciaram mais de 20 mil genes de coala. Os resultados revelaram informações sobre como o animal sobrevive à dieta de folhas tóxicas de eucalipto, o impacto da clamídia em seu sistema imunológico, as propriedades benéficas do leite materno do animal, sua diversidade populacional em diferentes partes da Austrália e como ocorreu sua evolução.
“Da mesma forma que o mapeamento do genoma humano revolucionou a medicina para nós, ao ponto que você pode ter seu genoma sequenciado e a partir dele produzir um remédio personalizado para suas necessidades, o mapeamento genético dos coalas tem a intenção de trazer benefícios semelhantes”, disse a pesquisadora chefe Rebecca Johnson, do Museu Australiano.
  Os pesquisadores afirmam que suas descobertas podem ajudar a produzir uma vacina que proteja esses animais de uma de suas piores ameaças: a clamídia. A doença bacteriana causa infertilidade em coalas fêmeas, cegueira e retrovírus generalizado, um vírus semelhante à AIDS sobre o qual pouco se sabe, portanto erradicá-la auxiliaria os especialistas na luta contra a extinção do marsupial.
  A população de coalas sofreu uma grande queda no norte da Austrália desde a colonização europeia, porém aumentou nos estados de Victoria e Austrália Meridional. O estudo revelou que isso ocorre pois as populações de coalas que habitam o norte e o sul possuem níveis significativos de diversidade genética, resultado inédito até então.
  A pesquisa também descobriu que os coalas têm altos níveis de uma enzima em seus fígados que lhes permite sobreviver à ingestão de folhas de eucalipto, tóxicas para a maioria dos outros animais.
“Garantir que esta diversidade genética seja conservada em conjunto com outras medidas de conservação para proteger o habitat, reduzir acidentes de trânsito, ataques de cães e doenças, são as chaves para a sobrevivência a longo prazo do coala”, disse Johnson.
  Os resultados foram publicados online pela revista Nature Genetics.


Via: ANDA

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