26 de maio de 2018

‘Cães radioativos’ de Chernobyl serão postos para adoção nos EUA

  Após a explosão do reator da Usina Nuclear de Chernobyl, em abril de 1986, milhares de famílias foram evacuadas às pressas deixando para trás suas memórias e, em muitos casos, seus animais domésticos. Durante décadas, os “cães radioativos” viveram livremente, sem contato com humanos na zona de exclusão. Agora, pela primeira vez, a agência ucraniana responsável pelo gerenciamento da área concedeu permissão para que os animais sejam resgatados e colocados à disposição para adoção.

“Nós finalmente conseguimos permissão para começar o resgate de alguns filhotes da Usina Nuclear de Chernobyl e levarmos para os EUA para adoção”, disse Lucas Hixson, cofundador da ONG Clean Futures Fund, responsável pelo projeto. “Nós trouxemos 12 cães da zona. No total, queremos ver até 200 cachorros adotados”.



  A Clean Futures Fund realiza trabalho de cuidado dos animais domésticos abandonados em Chernobyl. Em entrevista ao site IFLScience concedida no fim do ano passado, Hixson explicou que cães e gatos recebem tratamento veterinário, com vacinação e esterilização e outros cuidados necessários.
  Apesar de os animais terem sobrevivido e prosperado à catástrofe nuclear, a radiação provoca danos à saúde. Um estudo divulgado em 2016 revelou que ratos do mato que vivem na zona de exclusão sofrem de níveis incomuns de catarata, uma doença que prejudica a visão, provavelmente por mutações provocadas pela contaminação.

Os animais ficarão em quarentena para assegura a saúde e a segurança dos cães (Foto: Chernobyl Nuclear Power Plant)
  Existem evidências de que os cães estão cruzando com lobos selvagens e, curiosamente, praticamente não são vistos animais maduros. Aparentemente, todos os cães parecem ter no máximo 4 ou 5 anos.
  Os 12 primeiros cachorrinhos foram resgatados no fim de abril e passarão um período de 45 dias em quarentena na cidade de Slavutych, para assegura a saúde e a segurança dos animais, antes do transporte para os EUA.
  Chernobyl e a cidade de Pripyat ficam dentro de uma zona de exclusão com raio de 30 quilômetros ao redor da usina. A estimativa é que 300 cães abandonados vivam na região. Além do tratamento, a Clean Futures Fund coloca colares localizadores e de monitoramento de radiação para estudar os hábitos e a exposição a contaminantes.

Via: ANDA

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