Um cartaz contendo um aviso para não alimentar os animais que vivem nos campi da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) tem gerado polêmica entre alunos e o Ministério Público Estadual (MPE).
A justificativa, segundo a Prefeitura Universitária, é que dar o alimento não é suficiente para amenizar o problema de cães e gatos nas ruas e que a ação faz parte de uma campanha que colocará os animais para adoção. Para o MPE, o ato é ilegítimo.
Alunos da instituição afirmaram que existem muitos cães abandonados nos campi e que o pedido de não alimentá-los não mudará esse cenário e fará com que os animais passem fome. O aviso ganhou repercussão nas redes sociais e desaprovação dos estudantes.
De acordo com o prefeito universitário, João Jorge Damasceno, alimentar os animais incentiva ainda mais o abandono dos cães.
“Apenas alimentar resolve? Não resolve, você pode estar estimulando outras pessoas a abandonarem animais. Nós vamos tirar os cachorros de sete campi da UFU e vamos levá-los para tratamento no hospital veterinário da UFU, e depois disso devolvê-los aos campi, mas fazer uma campanha de adoção”, afirmou.
Para o Ministério Público Estadual, a ação da universidade é ilegítima.
“Ela quer se eximir de uma responsabilidade parcelada que tem e faz esse tipo de atitude de pregar em postes dentro dos campi a proibição de alimentar os animais. Eles estão completamente errados, pois as entradas dos campi são completamente abertas, então, na verdade, eles são responsáveis por atrair os animais,” explicou o promotor Breno Lintz.
- Abandono em Uberlândia
Atualmente, cerca de 50 mil cães e gatos estão abandonados nas ruas da cidade. Os dados são da Associação Protetora dos Animais (APA), que informa ainda que a Prefeitura disponibiliza 1500 castrações por ano por meio no Hospital Veterinário da UFU, considerado pouco para o município.
A APA recebeu da Prefeitura, em 2016, um imóvel que seria usado para uma clínica veterinária popular, mas segundo a associação, as instalações estão depredadas e o investimento seria alto para reformar. O que para o coordenador da APA, Elson Torres, se torna inviável.
A Prefeitura informou ainda também cedeu outro local, situado no bairro Quintas do Bosque, com área de 7.000 m². Contudo, o início dos trâmites para a permissão de uso de outro imóvel do município, conforme exigência da instituição, só será possível após a desocupação de um novo local.
Via: ANDA
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