“Eu queria usar este espaço para falar sobre histórias de amor e respeito à diversidade. Queria falar sobre nossos direitos constitucionais que ainda são negados, passando pelo direito a identidade de gênero até pelo direito ao casamento igualitário (que hoje só existe por entendimento do CNJ e não por força de lei). Queria falar sobre como lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e toda a sorte de gente tem ampliado sua luta e sua voz, como tem quebrado estereótipos e conquistado visibilidade positiva. Mas é difÃcil quando o direito essencial à vida ainda nos é negado diariamente.
Quase 50 anos depois da resistência promovida pelos LGBT na boate Stonewall, em NY, ainda somos impedidos de viver. Em 2017, pelo menos 445 LGBTs foram mortos em crimes motivados por homofobia. Os dados do Grupo Gay da Bahia apontam para uma vÃtima assassinada em crimes de intolerância a cada 19 horas, o maior número de casos de morte relacionados à homofobia desde que o monitoramento anual começou a ser elaborado pela entidade, há 38 anos. Ainda que graves, os números representam pouco da mortandade provocada pela homofobia e transfobia em nossa sociedade heteronormativa. Não entram nesta conta os LGBT que se suicidam por conta da discriminação e preconceito, os que são empurrados para a margem e só enxergam possibilidade de vida na criminalidade.
As violências impostas a nós, LGBT, reduzem nossa expectativa de vida e nossas possibilidades na pouca vida que nos resta. Vidas que são ceifadas como a de Alexandre Ivo, jovem de 14 anos torturado e assassinado por ser gay, Dandara dos Santos, apedrejada até a morte por ser travesti, Luana Barbosa, mulher negra e lésbica assassinada pela PolÃcia Militar.
Vivemos por Laura Vermont, por Matheusa Passareli, por Itaberly Lozano, por Thalia Costa, por Adriano Cor.
Hoje é dia de luto e de luta. Hoje é o Dia do Orgulho LGBT.”
Por: William de Lucca | Via: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário