Nota: O Ártico é uma das regiões mas primitivas - e frágeis - da Terra. Hoje, o Presidente Obama e o Primeiro Ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciaram passos históricos para proteger suas águas e nosso planeta para as futuras gerações. Esta semana, o Presidente Obama determinou que a maior parte das águas árticas está indefinidamente fora dos limites de perfuração de óleo e gás. Abaixo, o fotógrafo de exteriores Paul Nicklen, nascido e criado no Ártico, pondera sobre o que isso significa para a região intocada que ele chama de casa.
Nos últimos 40 anos, percorri as regiões polares de nosso mundo. Eu comecei ainda criança, crescendo em uma comunidade Inuit na Ilha de Baffin, no Canadá, onde aprendi com o povo Inuit não apenas a sobreviver em nosso ambiente, mas a prosperar e amar o Ártico por tudo que ele tem a oferecer.
Mais tarde, como um cientista, tente usar dados para defender a conservação, mas não até eu me tornar um fotógrafo polar para a revista Sea Legacy e National Geographic, onde finalmente encontrei uma maneira de transmitir a urgência de proteger esse ecossistema para o bem da humanidade.
Como cientista, o que sei sobre o Ártico é aterrorizante. Atualmente, o Ártico está aquecendo duas vezes mais rápido do que em qualquer outro lugar do planeta. Como fotógrafo, posso observar e documentar esses efeitos em primeira-mão: o recuo de geleiras, o desespero das populações de animais selvagens e cidades impactadas pelo aumento do nível do mar.
E à medida que a paisagem muda, impulsionada pela mudança climática, observo a região ártica se tornar cada vez mais vulnerável. Em particular, devemos enxergar o desaparecimento acelerado do gelo marinho pelo que ele é: um sinal de uma mudança catastrófica eminente. O perigo de um derramamento de óleo seria um golpe fatal para este ecossistema intocado e criticamente importante.
Mas, com a liderança do Presidente Obama, demos um passo adiante. Ontem o Presidente Obama designou grandes porções do oceano ártico dos Estados Unidos como, indefinidamente, fora dos limites para futuras retiradas de óleo e gás.
A nova demarcação - que engloba todo o mar Chukchi dos EUA e grande parte do mar Beaufort dos EUA - proporcionará uma proteção necessária para o vibrante e único ecossistema do Ártico, que é lar de mamíferos marinhos e outras fontes ecológicas vitais e espécies marinhas, e da qual muitas comunidades nativas do Alaska dependem. Com esta medida, protegemos cerca de 125 milhões de acres do Ártico de futuras extrações de óleo e gás desde 2015.
Esta decisão também vem em conjunto com o anúncio do Canadá de que congelará a concessão de áreas para extração de óleo e gás nas águas do Ártico, que será avaliada a cada cinco com base no clima e na vida marinha.
Minha carreira como cientista, fotojornalista e co-fundador da SeaLegacy.org tem me ensinado que apenas adivertir as pessoas de que o gelo está derretendo não funciona. As temperaturas estão subindo. Animais estão sofrendo, com fome e se afogando. Os níveis da água estão gradualmente avançando sobre as cidades. Não podemos mais apenas falar sobre isso. Precisamos mostrar ao mundo o quão urgente isso é com fotos e histórias e, principalmente, com ações.
Neste ritmo, o Ártico não terá mais gelo em 2050. É uma mensagem difícil de escutar, mas fácil de entender quando você vê os danos nos polos da Terra. Espécies cuja sobrevivência está ameaçada, como a morsa do Pacífico, o urso polar, a baleia-da-groenlândia, a baleia-comum, os êider-de-lunetas e os êider-de-steller que se beneficiarão com esta proteção, assim como as comunidades que dependem do ecossistema do Ártico para manter seu estilo de vida. Espero que as fotografias da Sea Legacy se tornem defensoras deste lindo ecossistema e inspire ações imediatas para protegê-lo.
Obrigado, Presidente Obama, por dar um passo adiante. Não para trás.
Escrito por Paul Nicklen
Fonte: Mediu.com | The White House | Tradução: Eco Fortal
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